quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A VERDADEIRA IGREJA, EM MARCELO QUINTELA, ESCREVE SUAS REFLEXÕES.

 

Paciência? Não! É preciso muito mais!

Fim da Missão nas cidades do litoral do sudeste nigeriano. Dividimos a expedição agora. Equipe Beta fica no Orfanato para concluir as reformas. Equipe Alfa vai subir para Dakar agora, capital do Senegal. Só que não! Not yet! Tem um “diabo” impedindo nossa saída daqui. Nigéria: difícil para entrar, mais difícil ainda para sair.

FAÇA SUA DOAÇÃO PARA O CAMINHO NAÇÕES: http://doeagora.caminhonacoes.com/ Estará contribuindo com a Verdadeira Igreja!!

Aeroporto. Voo atrasado. Era de manhã cedinho e foi transferido para o fim da tarde. Brigamos. Desse jeito a gente perde o voo para Senegal a partir de Lagos. Sim, perdemos mesmo. E o dia também. E daí que ninguém quer se responsabilizar por isso. A desculpa está pronta: O presidente resolveu voar hoje, e o espaço aereo foi fechado por causa das ameaças terroristas. O Boko Haram virou a desculpa para tudo por aqui. Nosso motorista chega atrasado? Foi o Boko Haram. Não tem hospital? Boko Haram. Por que os preços das coisas sobem? Por causa do Boko Haram. Aí um homem explode um mercado despedaçando mais de 80 pessoas aqui, e quando finalmente parece ter sido culpa do Boko Haram… não foi! Foi pior: tem outros grupos, gente invisível. Analistas aqui dizem que ano que vem a Nigéria vai virar um inferno. Meus amigos aqui brincam: Como assim “vai virar”?

Mas estamos no aeroporto. Tem só duas empresas aéreas, são a nossa e a “Dana Air”, que estava proibida de operar depois que um de seus aviões caiu e o outro estava em manutenção. Não há opções. Não há direitos do consumidor. Ainda temos que ouvir: “O máximo que podemos fazer é transferir a passagem de vocês para amanhã e não cobrar taxa adicional”. Hã? Quase batemos no cidadão!

Mas o dia perdido foi ganho. Foi o Espírito que nos impediu de ir, para resgatar duas crianças, a pedido de uma jornalista local que acompanha os garotinhos, e os vê apanhando toda noite de adultos que os roubam pelas madrugadas nas ruas. Um deles tem uma hérnia inguinal imensa. Nós tínhamos a foto dele, e o identificamos pela hérnia que, aliás, é tão grande que não dá pra ver nem seu pintinho nem saquinho, nem nada. Já estão no orfanato de cabelo cortado, banho tomado, roupa nova e conhecendo os amiguinhos. Agora precisamos de grana para operá-lo!

E então lá fomos nós para Lagos, enquanto o outro avião chegava em Dakar sem a gente. Chegamos em Lagos. Nós e o Ebola. A primeira vítima morreu hoje. Fomos para nossa Base na grande cidade para passar a noite e procurar embarcar no dia seguinte. E então, vamos assistir TV pela primeira vez. Aí que vimos que o mundo está pior do que nossos incidentes locais. Puxa, bastou a gente se retirar um pouco e um míssil derruba um Malasyan Air em pleno céu da Europa. E aqui do lado, um outro avião que seguia para Argélia, caiu em Mali, após enfrentar “fortes chuvas”. Nossa, mas nada pior do que assistir Israel desabando sobre Gaza e seus escudos humanos feito de carne de crianças!

Amanheceu o dia em Lagos que deveria ser no Senegal. Fomos para o aeroporto. E desapareceram com nosso voo de novo! Para ir para Dakar só a noite… de novo! “Então, imprimam nossas passagens!!!” “Não podemos imprimi-las tão cedo!” Quem nos garante que vamos embarcar à noite, então? Já perdemos dois dias e temos que inaugurar com políticos locais nosso orfanato em Dakar. Vocês estão comprometendo toda uma apertada agenda! Eles ficaram surpresos e foram checar nossos nomes no computador. Estávamos lá! “Imprime!” Ele não tem conexão do computador com a impressora (???). Então, temos que nos contentar com uma foto da tela do monitor feita em nosso celular.

Voltamos para a Base de novo. E é onde estamos agora. Esgotados, exauridos de fazer o que é contra nossa natureza, brigando em todo lugar… Dormimos, acordamos, vamos comer, meditar, aquietar, e logo mais embarcar, talvez… Se no Brasil, só Deus sabe; aqui… Nem Deus! Mas em nosso coração a certeza de que, sim, Ele sabe todas as coisas…

Ter paciência virou requisito mínimo. Não pode ser refém do estômago nem do sono: Tem que ter tranquilidade para dormir em qualquer lugar, de qualquer jeito, comendo a qualquer hora e quando dá. Um de nós está doente. E tem vindo da melhor forma que pode, com toda garra.

Paciência não é nada. Tem que ter certa insanidade na qual se esconde a lucidez de amar! Tem que amar! Sem amor fica tudo sem sentido. Isso aqui não faz sentido. E nós não sentimos mais nada. Há dor que desatina sem dor! E tem em todos uma alegria interior, expressa em capacidade de não se autovitimar e fazer graça das próprias desgracinhas, enquanto o caos segue em frente com toda a calma do mundo!

Dakar nos espera…

 Marcelo Quintela

 

- See more at: http://caminhonacoes.com/novo/paciencia-nao-e-preciso-muito-mais/#sthash.tFaFQ4Ai.dpuf

 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Nota do Levante Popular da Juventude – SP

 (Verdade esteve lá...vestido Verde Esperança e laço de fitas brancas nos cabelos ...pés descalços!!!)


Por quê ocupamos a Washington Luiz


A ditadura militar brasileira, como em outros países latino-americanos, foi instalada em detrimento da democracia, do direito da população a ter voz. Sequestraram, torturaram, mataram qualquer pessoa que tentasse impedir esse processo. Em seu lugar, consolidou-se o autoritarismo em nome do imperialismo norte-americano.


Desde seu fim, várias organizações lutam pelo direito à Memória, Verdade e Justiça e um dos avanços dessa luta foi a construção da Comissão Nacional da Verdade, além das Comissões estaduais e locais.


No último dia 10, a CNV lançou seu relatório final que contem 29 recomendações. A desmilitarização da PM, extinção dos autos de resistência e reconhecimento de culpa do Exército são algumas delas.


Por isso, no dia 15 de dezembro, o Levante Popular da Juventude vai às ruas para fazer coro a essas recomendações. Além disso, reivindicamos a punição dos torturadores!


Apesar de seus limites, conquistamos o direito à Memória e à Verdade. Agora queremos justiça!


Existe uma relação intrínseca entre a impunidade dos torturadores, a violência policial e o sistema político vigente com o processo inacabado de democratização do país. A violência do Estado ditatorial é a mesma que hoje possui em sua estrutura os autos de resistência que é um dos instrumentos que tem justificado o extermínio da juventude pobre, em especial negra, nas periferias das grandes cidades.


E essa juventude quer ser ouvida. E sabemos que só nas ruas isso vai acontecer.


Queremos a revisão da Lei de Anistia!


É nóis por nóis!


Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça!


#LevanteContraATortura


Nota pública do Levante sobre o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV)

Fotos: Mídia NINJA

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Dilma venceu uma organização criminosa!

Por Miguel do Rosário, postado em dezembro 1st, 2014

Perrela, o dono do helipóptero e seu amigão do peito, Aécio Neves. Sobre o que estão fazendo, não tenho a mínima ideia, nem quero saber.


 

Eis que o candidato derrotado Aécio Neves – e que, pelo jeito, ainda não se conformou com isso – dá uma entrevista à um programa da Globonews e diz que perdeu a eleição para uma “organização criminosa”.

Aécio tenta surfar, naturalmente, nas investigações da Petrobrás.

Quem ouve desprevenido poderá pensar que Aécio é o presidente da república e que foi no governo dele que a Polícia Federal resolveu investigar a fundo a corrupção nas estatais.

Ora, o que está acontecendo é mérito de Dilma, que nunca interferiu no trabalho da Polícia Federal. Dilma e Lula, porque ambos contrataram milhares de novos delegados federais e agentes da PF, e lhes deram liberdade. Liberdade inclusive política.

Em que outro governo, um grupo de delegados se sentiria livre para fazer festinha em Facebook com invectivas contra o governo?

É um excesso, claro, mas também reflete o clima de liberdade democrática.

É tanta liberdade que chega a flertar com o liberticismo suicida, visto que estes mesmos delegados são os responsáveis pela Lava Jato, uma operação importante, que já prendeu executivos e presidentes de empreiteiras, mas que vem eivada de irregularidades, como vazamentos seletivos para a grande imprensa de trechos de depoimentos sigilosos. Sempre em prejuízo da base aliada.

Mas, enfim, liberticida ou suicida, continua sendo liberdade.

A mesma coisa vale para o Ministério Público, para o Judiciário e para a mídia.

Como o PT não tem força ou presença nessas instâncias, não faz nem pode fazer pressão para abafar.

Com o PSDB, tudo sempre é abafado. Os procuradores esquecem os processos em gavetas. Os juízes estiram os processos por anos, até que prescrevem, e a mídia dá notinhas para cumprir tabela, mas não insiste, não acompanha, não faz editoriais para mobilizar a opinião pública, não se engaja.

E por que?

Porque sempre houve relações orgânicas, familiares, de classe, entre os donos do poder. Os políticos tucanos ou do DEM são parentes e amigos dos juízes e dos procuradores. Frequentam os mesmos restaurantes e fazem as mesmas viagens ao exterior.

Por isso são ídolos nas coxias dos aeroportos.

(E ficam nervosos com os pobres invadindo seu espaço).

Esse é o patrimonialismo denunciado por Raymondo Faoro, viu Gurgel?

Faoro não denunciou o patrimonialismo do PT, como você tentou vender na denúncia do mensalão.

Faoro denunciou o patrimonialismo das classes proprietárias, cujas posses vão minguando, então eles vão colocando seus filhos em cargos públicos para compensar a perda do poder econômico.

A elite então passa a dar mais valor a ocupação de cargos no judiciário, no ministério público, nos altos escalões da polícia, exército. Enfim, dos estamentos.

Por isso, a tese do Fabiano Santos é tão genial. A democracia está desinfetando a corrupção. O atrito entre as instituições, pondo Executivo de um lado, e Judiciário e MP de outro, criou uma independência que nunca havíamos visto.

O ódio político criou a independência que apenas a ética profissional não foi capaz de produzir.

O perigo, naturalmente, seria um novo golpe. Mas como a democracia parece bastante sólida, até por conta da existência, hoje, de uma base social muito mais consciente do que nos anos 60, a briga de poder entre os estamentos pode, no máximo, produzir arbítrios judiciais, como no caso do mensalão.

Mas não golpes de Estado.

*

Leio que o PT irá processar Aécio Neves pela frase proferida.

Ora, não basta!

A resposta tem de ser, sobretudo, política.

Aécio Neves tem de pagar politicamente por sua irresponsabilidade.

A mídia não cobra nada de Aécio Neves.

O tucano e a mídia tentam justificar a derrota depreciando a campanha de Dilma. Dizem que foi mentirosa, suja, etc.

Mentirosa, suja e bandida foi a campanha dele, de Aécio Neves!

A pistolagem midiática toda se uniu em prol do PSDB!

Se Aécio quer continuar a campanha, então vamos continuar.

Vamos lembrar que ele nomeou o próprio pai para a Cemig, que sua irmã cuidou das verbas para a mídia de Minas Gerais, incluindo aí a própria rádio da família, que foram construídos aeroportos, com recursos públicos, para uso particular.

Que ele empregou a parentalha toda no governo!

Que há podres em Claudio, relacionados a trafico de drogas, homicídios, ossadas humanas, que dão para encher vários aeroportos clandestinos!

E muitas outras coisas cabeludas que levantamos durante a campanha. Tudo sempre acompanhado de provas.

Quem se fia apenas em fonte anônima e delação de bandido é a Veja e a mídia corporativa.

Dilma venceu com apoio de uma grande base popular orgânica, que se mobilizou com muita força, sobretudo no segundo turno.

A Petrobrás acaba de criar uma diretoria especializada em combater a corrupção.

Como eu havia previsto, a estatal será modelo também nesse quesito.

Para isso, foi preciso um conjunto de circunstâncias.

O PSDB vendeu metade da Petrobrás na bolsa de Nova York, afundou a P-36 e aprovou leis que flexibilizavam a vigilância dos processos de licitação.

Mesmo com tudo isso, jamais acusaríamos os milhões de eleitores de Aécio Neves de “cúmplices”, como fez um dos âncoras da Globo, Alexandre Garcia.

Nem chamaríamos o PSDB de organização criminosa.

No entanto, podemos afirmar, como diz o título do post, que Dilma venceu uma organização criminosa: esse grupo social nojento que mistura marchadeiros da intervenção militar, udenistas histéricos, zumbis da mídia, colunistas racistas, âncoras da ditadura, fundamentalistas hipócritas, e uma mídia golpista cevada à sombra do regime militar.

As organizações criminosas que vivem da corrupção temem o PT, é claro.

Porque o PT não tem, como o PSDB, o poder de abafar escândalos.

O PT não teve força para impedir que houvesse corrupção na Petrobrás, e isso foi um erro do partido que ele está pagando, e caro; mas também não tem força para impedir a investigação contra a própria base aliada, e esta é uma fraqueza que convêm à nossa democracia.

É uma ironia típica de uma democracia. O ódio político que setores do Ministério Público, do Judiciário, da mídia, e da própria Polícia Federal, desenvolveram contra o PT, acaba se voltando em favor da democracia, ao aprofundarem investigações que, havendo outro partido no poder, jamais seriam aprofundadas.

O risco é a repetição do que ocorreu na Ação Penal 470. Que este ódio se transforme em arbítrio, que direitos de defesa sejam violados e que alguns réus sejam condenados sem provas.

Isso não interessa à democracia, em absoluto.

Pode ser o empreiteiro mais rico e mais cafajeste do país. Pode ser o político mais crápula. Sem provas, não se deve jamais condená-lo apenas porque a mídia quer, ou para vender ao povo que “agora os ricos e poderosos também vão para a cadeia”.

Na história mundial das ditaduras, sempre foi comum ver ricos e poderosos indo para a cadeia. Bastava não ser amigo do ditador da vez. No caso do Brasil hoje, basta não ser amigo dos tiranetes que controlam a mídia e o judiciário.

Sim, porque eles não incomodam, jamais, os amiguinhos da mídia.

A prova disso é que as mesmas empreiteiras flagradas agora pagando propina a diretores da Petrobrás também estavam envolvidas no buraco do metrô. As mesmas! Os mesmos executivos!

Não houve prisão de ninguém. Não houve delação premiada. Não houve nada.

E sete pessoas morreram!

A mesma coisa no afundamento da plataforma P-36, a maior do mundo, da Petrobrás.

Onze pessoas morreram. Não houve investigação decente, prisão, delação premiada. Nada!

Por que? Porque não atingia o PT.

*

Aécio Neves está cada vez mais embriagado por sua derrota.

O chamego dos ricos e da mídia à sua pessoa está lhe fazendo perder a prudência necessária para exercer a atividade política.

Ao invés de se preparar para ser um nome forte para 2018, Aécio continua apostando num terceiro turno agora, imposto pela força da mídia e dos tiozinhos nervosos que marcham na Paulista.

Isso é feio, candidato.

- See more at: http://www.ocafezinho.com/2014/12/01/dilma-nao-venceu-uma-eleicao-venceu-uma-organizacao-criminosa/#sthash.dIyYxOZk.dpuf

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Oposição quer brecar crescimento econômico com distribuição de renda

Os desafios do futuro só podem ser bem enfrentados se compreendidos tanto o nosso passado quanto o presente. No passado recente, nosso país viveu anos bastante difíceis. Nas décadas de 1980 e 1990 do século 20, a crise da dívida e o neoliberalismo abalaram o Estado, o crescimento econômico, o mercado de trabalho, a indústria, a infraestrutura econômica e social e as políticas públicas, acentuando ainda mais a inflação e a desigualdade.


Por Jorge Mattoso*, em Brasil Debate



 

 

 

Se desde 1994 a inflação foi mais controlada, em contrapartida se aprofundou o neoliberalismo e se ampliou a fragilidade econômica do país, em meio à maior debilidade da nossa indústria, da infraestrutura e das políticas sociais.

Apesar dessa situação parecer endêmica e sem fim, desde 2003 – com a posse do primeiro governo Lula –, foi sendo conformada uma nova realidade que rompeu com esse passado inglório. Desde então, o Brasil teve por base políticas públicas que asseguraram um crescimento econômico que veio acompanhado – pela primeira vez – por um acentuado processo de redução da pobreza, distribuição da renda e valorização dos direitos sociais.

E tudo isso com controle inflacionário, com redução da vulnerabilidade externa do país (dada a ampliação das reservas internacionais), com redução dos juros e com redução da dívida pública, mais intensamente a líquida, mas também a bruta.

Nestes 12 anos, em paralelo a uma clara melhora econômica, o mercado de trabalho viu crescer a renda, o emprego e a formalização, o salário mínimo real subiu mais de 72%, cerca de 36 milhões de brasileiros saíram da pobreza e a desigualdade caiu segundo quaisquer indicadores adotados. E, ao contrário do que sempre vem sendo falado pelos economistas conservadores, isto ocorreu sem colocar em risco o controle inflacionário e a responsabilidade fiscal.

Nos últimos anos, devido ao agravamento da maior crise internacional desde os anos 1930, foram adotadas políticas anticíclicas visando preservar o crescimento econômico – ainda que a taxas menores – o desempenho do mercado de trabalho e as políticas de combate à pobreza e de redução da desigualdade.

Assim, apesar da acentuada crise mundial, se conseguiu assegurar a continuidade do processo de crescimento com distribuição de renda, sabendo-se, no entanto, que tanto o crescimento econômico, quanto o consumo das famílias, o mercado de trabalho e a distribuição de renda poderão apresentar um crescimento mais lento relativamente aos anos anteriores.

Mas, além disso, e apesar das dificuldades da conjuntura, foram redobrados esforços visando à elevação do investimento privado e da produtividade. No entanto, investimento e produtividade precisam continuar crescendo ainda mais intensamente para que possamos assegurar tanto um crescimento econômico maior e mais sustentável quanto a própria continuidade do combate à pobreza e à desigualdade da renda.

Mas ao contrário do falado por analistas conservadores identificados com a oposição, os dados mostram que o investimento já vinha crescendo ao longo dos últimos anos (em muitos anos, mais intensamente do que o consumo das famílias) e poderá (e deverá) continuar crescendo ainda mais intensamente.

Mas esta expansão do investimento, ocorrida até agora graças, sobretudo, às iniciativas públicas (e onde o BNDES foi imprescindível), terá, no entanto, que ampliar no futuro a ainda pequena participação privada no investimento, de maneira a favorecer a sustentabilidade do crescimento econômico e permitir uma maior destinação dos recursos públicos à elevação do acesso e à melhoria das políticas sociais.

Os setores conservadores não olham para o futuro. Tampouco analisam o passado e apenas propõem um enfrentamento equivocado e “impopular” dos problemas presentes. Equivocado porque se limitam quase sempre à questão fiscal e à elevação dos juros, e “impopular” porque – assim reconhecem em breves momentos de maior franqueza – desqualificam e questionam este histórico processo de crescimento econômico com elevação do consumo e distribuição de renda.

A oposição e os setores conservadores quase sempre colocam o investimento em oposição à elevação do consumo, à melhora do mercado de trabalho e à distribuição da renda. Quando mais explícitos, consideram que elevação do consumo das famílias e distribuição de renda não são necessários, pois viriam de per se depois do crescimento. Quando menos explícitos, afirmam apenas que este processo está “esgotado”.

Na realidade, a continuidade desse processo de crescimento econômico com distribuição de renda tornou-se o principal desafio do futuro. Sem a sua continuidade, o Brasil retornaria à sua histórica desigualdade e muitos dos outros desafios (em grande parte legados dos anos 1980 e 1990 e ainda presentes) não seriam enfrentados com a atenção e decisão exigidas.

Referimo-nos, sobretudo, à consolidação do Estado e de sua gestão mais eficiente, à melhoria e maior acesso à educação, à saúde e às demais políticas sociais, ao favorecimento do processo de recuperação da indústria, da produtividade e do apoio à inovação tecnológica, à redução dos gargalos da infraestrutura, o enfrentamento das novas questões colocadas pela demografia e meio ambiente, a maior democratização política e tributária, e a indispensável aproximação com as outras esferas da federação (estados e municípios) para uma atenção articulada e redobrada frente às graves questões que afetam os moradores dos grandes centros urbanos.

O Brasil deverá manter o crescimento com distribuição de renda com a reeleição da presidenta Dilma. No entanto, também será necessária uma mais ampla discussão com a sociedade sobre como assegurar os investimentos necessários à sua consolidação, como elevar o gasto público per capita, a capacidade de investimento e gestão do Estado e alavancar o setor privado (bancos e mercado de capitais), de maneira a ampliar sua participação, ainda débil, no financiamento das atividades produtivas e melhor distribuir o investimento entre público e privado.

*Professor do Instituto de Economia da UNICAMP (aposentado), foi secretário municipal em São Paulo e S.B.C. e presidente da Caixa Econômica Federal

Intransigência da oposição inviabiliza estímulo à aviação regional 

Para ganhar no grito o que foi perdido nas urnas, a oposição já compromete de forma incontestável os interesses do povo brasileiro com postura intransigente no Congresso Nacional. Muito embora o PSDB e o DEM queiram convencer a sociedade do contrário, foram os responsáveis pela não votação da Medida Provisória (MP) que concede subsídios a empresas de aviação regional para incentivar o aumento de voos, baratear passagens e promover o desenvolvimento em cidades do interior.



Um dos efeitos imediatos da não votação da MP será a suspensão de pelos menos 20 voos regionais para cidades do interior amazônico e nordestino. I

 

Os efeitos da MP expiram na próxima segunda-feira (24), e isso vai comprometer um ciclo atualmente em curso de incentivo às economias locais e de benefícios à população de pequenos e médios municípios brasileiros. Entre outros pontos, a medida prevê investimentos em 270 aeroportos regionais de todo o País, além da subvenção para até 50% dos assentos oferecidos pelas companhias aéreas, com limite de 60 cadeiras.

“É lamentável que uma MP tão importante para o Brasil venha a caducar. De todas as medidas provisórias atualmente em debate, essa é a mais relevante do ponto de vista do desenvolvimento regional. Ela é fundamental, por exemplo, à integração do País, à agilidade dos negócios, ao fortalecimento do turismo, à fixação de universidades em lugares mais longínquos e à disseminação dos serviços especializados de saúde. Deixar de votar a MP é um voto contra o Brasil”, lamenta o deputado Assis Carvalho (PT-PI), que presidiu a comissão especial que analisou a matéria.

“Estima-se que um dos efeitos imediatos da não votação da MP será a suspensão de pelos menos 20 voos regionais operados por uma das companhias brasileiras para cidades do interior amazônico e nordestino. Isso importa muito pouco para a oposição, interessada em fazer o mau combate no Parlamento em detrimento dos interesses da população e do próprio setor produtivo do País. Como se não bastasse, é também uma oposição incapaz de assumir as próprias escolhas: joga contra o Brasil, mas dissimuladamente faz crer que joga a favor”, diz ainda o parlamentar.

“Isso ficou muito evidente, na semana passada, quando a MP já deveria ter sido votada, mas não o foi porque deputados da oposição usaram de todas as manobras para protelar a votação, empurrando-a para esta semana. Diferentemente do que argumenta a oposição, o governo fez a sua parte ao tomar decisões concretas: editou a MP, debateu com o Congresso, negociou com o relator da medida, senador José Pimentel (PT-CE), e criou todas as condições para a MP ser aprovada na comissão especial e posteriormente no plenário”, acrescentou Assis Carvalho.

Em sentido contrário, a oposição optou pelo jogo de cena, prolongando o debate de um texto já exaustivamente discutido e aprovado pela comissão especial, além de se utilizar de outras prerrogativas regimentais apenas para impedir a votação.

Para evitar prejuízos maiores ao desenvolvimento regional, o ministro Wellington Moreira Franco, da Secretaria de Aviação Civil, disse nesta quarta-feira (19) que, no caso de a MP caducar, o governo editará nova medida em 1º de janeiro de 2015, garantindo, entre outros pontos, a subvenção econômica para voos regionais. “O ideal seria que a Câmara tivesse aprovado ontem o texto para dar tempo para a votação em plenário pelo Senado”, lamentou.

Da Redação em Brasília
Com PT na Câmara 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Publicado em 05/11/2014

“É com muito orgulho que entrego
o meu cartão do Bolsa Família”

Delci Lutz fez curso do Pronatec e, na formatura, devolveu o cartão do Bolsa Família.

 

 

O Conversa Afiada reproduz post do site do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome:

“É com muito orgulho que entrego o meu cartão do Bolsa Família”

 

A gaúcha Delci Lutz, mãe de dois filhos, abriu mão do programa depois que sua renda aumentou. Em todo o país, 2,8 milhões de famílias já deixaram o Bolsa Família porque melhoraram de vida


Brasília, 3 – Não há tempo fechado na vida da gaúcha Delci Lutz, 49 anos, divorciada, mãe de dois filhos, moradora de Novo Hamburgo (RS). Com talento e perseverança, a costureira e figurinista se qualificou, formalizou a própria empresa – a Delci Figurinos – e abriu mão do Bolsa Família assim que a renda familiar melhorou.


Delci começou a colher os bons frutos do seu trabalho no último ano. Em julho passado, ela devolveu o cartão do Bolsa Família – hoje fatura quase R$ 2 mil por mês. “É com muito orgulho que entrego o meu cartão. Com esse dinheiro foi possível pagar as contas e dar segurança para os meus filhos”, disse na época, emocionada. Em todo o país, 2,8 milhões de famílias já deixaram o Bolsa Família por meio do desligamento voluntário ou por optarem por não se recadastrar.


Ela lembra que o apoio dos programas sociais, como o Bolsa Família, “foi essencial na fase mais difícil” quando se divorciou e teve que criar sozinha duas crianças pequenas. “A gente vivia com meio salário mínimo [R$ 362]. Passamos por uma situação complicada. Há muito tempo, somos só nós três.”


O Bolsa Família também ajudou Delci a voltar para sala de aula – ela tinha parado os estudos na antiga quarta série do ensino fundamental. Mas para vencer a barreira da pobreza extrema, a figurinista sabia que precisava também de qualificação profissional. Em 2012, fez dois cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), na modalidade Brasil Sem Miséria: o de desenho de moda pelo Senac e o de desenhista de calçados pelo Senai.


Os filhos Graziele (18) e Daniel (17) seguiram o mesmo caminho e fizeram o curso de auxiliar administrativo do programa. Hoje eles ajudam na administração da Delci Figurinos. “Meus filhos estão crescendo com uma carreira. Eles já podem ser independentes.”


Dedicada, a gaúcha revela que sempre quis trabalhar com criação de roupas. “Sabia que ia fazer algo diferente, fora da caixinha. Nunca imaginei que chegaria a isso.” Ela conta que se diverte produzindo figurinos para espetáculos de dança e teatro, além de vestidos de festas para misses e modelos. “Fazer figurino é descoberta, é desafiador para mim. Sempre quis ser reconhecida pelo meu trabalho. Hoje sei que consegui. Estou muito realizada”, afirma ela, que quer fazer faculdade de moda no ano que vem, quando vai completar 50 anos.

 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

 
 
Somente Graça!!
 
Será que o amor vem e passa?
Será que sem amar a dor disfarça?
Mas penso em Você, e vejo que Teu amor por mim, é Graça!!
 
Será que o amor tem um preço?
Será que sem pagar eu não mereço?
Mas...se é de graça!!!
 
É Graçaaaaa  !!!
 
Sem preço de dor!
Sem dízimo!
Sem sacrifício!
Sem liturgia!
Sem culto!
Sem evangelismo!
Sem coisa alguma que passe pra mim a responsabilidade de me tornar merecedor de Ti!
 
Não há como merecer tão doce Graça!
Não há nada que se faça!
 
Me renuncio a merecer
Porque quero Ti ter ...
 
...de Graçaaaa!
 
                                                                                                                                      
TimBatle (direitos reservados 2014)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

BELA SÍRIA !!! RESISTA!!

 

A pesar de los escombros, resistimos
(Imad Abu Shtayyah)

 

8 de outubro de 2014 - 12h30

Paulo Nogueira, ex-diretor da Veja, quer investigar a Globo

 

O ex-diretor da revista Veja, o jornalista Paulo Nogueira pede ajuda dos leitores para investigar a sonegação cometida pela empresa dos irmãos Marinho. Fundador do portal Diário do Centro do Mundo, ele criou um projeto de crowdfunding (financiamento para iniciativas de interesse coletivo) que está a três dias de sair do ar. 



Reprodução

 

No texto, a equipe do DCM diz que o site "quer ir a fundo neste caso" e que a verba será investida "para cobrir custos de produção", como viagens para o Rio e para Brasília a fim de buscar a Justiça nesse caso. "Já passou da hora do Brasil colocar o dedo nesta ferida", diz o texto. Leia aqui o texto do DCM: O DCM precisa de você para investigar a sonegação da Globo. E, abaixo, o texto do projeto de crowdfunding publicado no site catarse:

A sonegação da Globo

A Rede Globo comprou os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002 através de uma empresa que ela mesma criou nas Ilhas Virgens Britânicas.

Pela transação, não pagou impostos. Depois, a Rede Globo no Brasil comprou esses mesmos direitos da empresa de fachada no Caribe por um preço bem superior.

Mais uma vez, não pagou impostos. É a clássica forma de remeter ao exterior dinheiro que deveria ter sido contabilizado como lucro no Brasil e, por isso, tributado.

Em vez de lucro, saiu como despesa.

O serviço de inteligência da Polícia Federal detectou indícios de sonegação e auditou as contas da Globo. Em 2006, chegou à conclusão de que a empresa deixou de recolher impostos que, à época, com multa e correção, chegavam a R$ 615 milhões.

Hoje, a dívida passa de R$ 1 bilhão, cem vezes mais o que a emissora arrecadou no Criança Esperança.

O caso da sonegação veio à tona em 2013. Através de uma assessoria de imprensa que não faz parte dos quadros próprios da empresa, disse que quitou a dívida, mas diante de uma campanha que circulou na internet exigindo que a empresa mostrasse o DARF (documento de arrecadação junto ao Fisco), a Globo se calou.

O processo sobre a sonegação foi furtado. A autora do furto, funcionária da Receita do Rio de Janeiro, chegou a ser presa, mas, defendida por um dos mais caros escritórios de advocacia do Brasil, foi colocada em liberdade por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

O DCM quer ir a fundo neste caso, detalhando a investigação da Receita, a apuração da Polícia Federal e o papel de todos os personagens envolvidos no que pode ser caracterizado como o maior escândalo de sonegação do Brasil.

Nossa equipe vai ao Rio de Janeiro, onde estão os protagonistas do caso, bem como a vara da Justiça Federal que apurou o furto do processo da Receita. Lá também mora a funcionária pública condenada por este crime.

Vamos a Brasília, para entrevistar o ministro da Fazenda, responsável pela Receita Federal. Na capital da República, também se encontra Gilmar Mendes, o ministro que libertou a funcionária condenada pelo furto do processo da Globo na Receita.

Queremos também mostrar onde e como funciona a offshore da Globo nas Ilhas Virgens Britânicas.

Já passou da hora do Brasil colocar o dedo nesta ferida.

Como o dinheiro será investido:

Ele será utilizado exclusivamente para cobrir custos de produção. Pagará o jornalista Joaquim de Carvalho, experiente profissional com passagem pelos principais veículos de comunicação do Brasil, e seus gastos em passagens aéreas e deslocamentos de carro.

Roteiro

Rio de Janeiro – entrevistas com auditores da Receita (que descobriram a fraude); procuradores da República (que investigaram o furto do processo); policiais federais (que trabalham no inquérito sobre a sonegação), representantes da Globo (atuais e os da época, Marluce é uma boa aposta), ex-funcionária da Receita que sumiu com o processo. No Rio, podemos ter acesso ao processo judicial que condenou essa ex-funcionária).

Brasília – entrevistas com o ministro da Fazenda (responsável pela Receita – a Globo pagou ou não pagou?) e com o ministro da Justiça (responsável pela Polícia Federal – o inquérito andou?), deputados que se debruçaram sobre o tema ou que estejam dispostos a colher assinatura para uma CPI, Gilmar Mendes, que colocou a funcionária da Receita em liberdade.

Ilhas Virgens Britânicas – para mostrar que a Empire é só fachada – dá resultado impactante perguntar no prédio se alguém conhece a empresa, que chegou a ter capital de 220 milhões de dólares.

São Paulo – A capital, nossa base, é o lugar onde podemos entrevistar especialistas em direito internacional e em planejamento tributário, para traduzir o que significa essa engenharia toda de sonegação.

Dúvidas Comuns:

Pergunta: O repórter vai sozinho?

Resposta: Sim, com equipamento de vídeo.

Pergunta: O que acontece com meu dinheiro se a meta não for atingida?

Resposta: Segundo o Catarse, ele volta na íntegra para você.

Pergunta: Como recebo minha recompensa?

Resposta: Links e listas, por e-mail, e produtos físicos por correio.

Pergunta: Onde serão publicados vídeo-reportagem e as matérias?

Resposta: No Diário do Centro do Mundo (www.dcm.com.br)

Pergunta: Só os apoiadores terão acesso ao material?

Resposta: Não. Será aberto, embora assistam antes da estréia oficial.

Fonte: Brasil 247

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

PML denuncia método do juiz para ferrar a Dilma | Conversa Afiada

PML denuncia método do juiz para ferrar a Dilma | Conversa Afiada

FRAUDE ELEITORAL

“Aquela-cujo-nome-não-deve-ser-dito”:  Fraude eleitoral

por Gustavo Castañon, especial para o Viomundo

Podemos ter assistido dia 05 a mais ousada e maciça fraude da história das eleições majoritárias brasileiras. Não tema os cínicos. Fale em voz alta. Isso não é uma estória de Harry Potter como a mídia quer fazer parecer. O nome do vilão não é Voldemort. Não, não é Sarney, Maluf, Bolsonaro, nem mesmo Eduardo Cunha. O nome do vilão é ‘urna eletrônica brasileira’, a única do mundo que é totalmente invulnerável à fiscalização.

Em 2010, previ em artigo que o segundo turno traria, como tem sido tradicional desde 1998, um resultado negativo para a esquerda no limite da margem de erro da pesquisa de boca de urna do Ibope e positivo para a direita  no mesmo limite, ou seja, dois por cento.

Foi o que aconteceu. Desta vez, no entanto, errei. Previ o mesmo limite no desvio do resultado, mas o que aconteceu agora foi selvagem. O resultado de Aécio foi muito além da margem de erro do Ibope, 3,5% além do previsto, e o de Dilma aquém, 2,5%.

Isso sem contar com o fato de que os levantamentos dos trackings e as próprias pesquisas Ibope e Datafolha de um dia anterior indicavam Aécio empatado com Marina… No dia seguinte, 12 pontos de diferença… O que uma noite não faz, não é mesmo? A questão é: faz o que, e aonde?

Mas vamos nos ater à boca de urna, porque a análise de seus números prova friamente que há fraude, em algum lugar. Quando falamos que uma pesquisa tem confiabilidade de 99% e margem de erro de 2% (o que foi o caso da boca de urna do Ibope), isso significa que o estado real das opiniões tem 99% de chances de estar no intervalo entre 2% a menos e 2% a mais que a previsão.

Em outras palavras, Aécio tinha 99% de chances de estar entre 28% e 32% dos votos. As chances dele ter mais que 32% eram de 0.5% (de ter menos idem). Ele teve 33,5%. 1,5% além da margem de erro. E pior do que isso: o outro “erro” foi justamente sobre os índices de Dilma. Ela teve 0,5% além da margem de erro. Pra menos. A chance de isso acontecer ao acaso? Grosseiramente, é bem menor do que 0,005 x 0,005: em outras palavras, menor do que 0.000025.

Isso é particularmente grave se considerarmos as características da pesquisa de boca de urna, e dessa em particular.

A boca de urna não sofre influência das abstenções, nem de mudanças de opinião posteriores, pois pergunta somente em quem a pessoa acabou de votar. E essa pesquisa entrevistou simplesmente 64.200 eleitores de todas as regiões do país.

Como a matéria do Estado de Minas (jornal que apóia Aécio) lembra muito bem, apesar de o Ibope ter “prudentemente” declarado uma margem de erro de 2%, uma amostra desse tamanho em relação ao eleitorado brasileiro tem, na verdade, margem de erro de somente 0,5%. O que aconteceu, é realmente incrível. E nem estamos aqui calculando a probabilidade desse desvio em relação à distância do resultado da margem de erro: quanto mais distante, mais exponencialmente irrelevante a possibilidade da ocorrência ao acaso.

Mais uma vez, saíram artigos na imprensa, como o artigo acima citado, falando da falência dos institutos de pesquisa, como acontece desde 82 com o caso Proconsult. O que convenhamos está além do patético. O PSDB, como faz desde 1998, declara que a verdadeira pesquisa é a das urnas, como se o Ibope e o Datafolha trabalhassem contra ele. Acreditar nisso, está além do ridículo. E a esquerda, como faz desde que perdeu Brizola, se cala. O que está além da covardia. Na verdade, imaginem: com a quantidade de processos que qualquer candidato sai de uma eleição, quem denunciará o TSE?

Vamos recapitular os últimos anos dessa curiosa impossibilidade estatística. Notem que a diferença na “margem de erro” sempre sai do PT para o adversário.


Se nós estamos falando de algo que tem 0,0025% de chances de acontecer ao acaso somente nessa eleição, imagine a probabilidade de isso ter acontecido ao acaso junto com os “erros” acima da margem de erro de 2010 (menos 4% pra Dilma) e de 2006 (mais 3,6 para o Alckmin). Acho que não é necessário mais fazer contas, não?

Mas se você acha tudo isso incrível, ainda não se apercebeu dos maiores absurdos dessas eleições.

Resultados virtualmente impossíveis aconteceram em todo país. A avalanche absurda de 40,4% dos votos em Sartori no Rio Grande do Sul, por exemplo, quando o resultado previsto na boca de urna era de 29%. É isso mesmo. A boca de urna (de 99% de confiabilidade) dava Genro (PT) 35%, Sartori (PMDB) 29%, Amélia (PP) 26%. As urnas deram Sartori 40,4%, Genro 32,5% e Amélia 21,7%. Não existem espaços nessa linha para os zeros que teríamos que escrever para expressar a probabilidade disto ter ocorrido ao acaso.

Olívio Dutra, também no RS, perdeu absurdamente a vaga no senado, depois de a boca de urna ter indicado sua vitória por 6% de diferença.

No Rio, nada menos que 8% dos votos parecem ter sido transferidos de Garotinho para Pezão e Crivella, materializando uma impossível (para quem conhece a política do Rio de Janeiro) ausência de Garotinho no segundo turno. Garotinho saiu da boca de urna com 28% e das urnas eletrônicas com 19,75% (será que todo político que enfrenta a Globo no Rio é alvo de fraude como foi Brizola?). Pezão teve mais 6% e Crivella mais de 2%, todos acima da margem de erro. No caso de Pezão e Garotinho, impossivelmente além da margem de erro. Em Minas Gerais, a vantagem que o Ibope registrou na boca de urna para Pimentel (PT) sobre Pimenta da Veiga (PSDB) se transformou de 53 a 37 para 53 a 42. E assim, a nave foi por todo país.

Há muito, muito mais barbaridades localizadas nessas eleições, e eu só estou considerando aqui aquelas que a boca de urna revelou. Mas a avalanche de Aécio em SP em 24 horas, a perda do PT no ABC, a derrota acachapante de Marina para Aécio em 48 horas, tudo isso é parte do terreno da literatura fantástica. Curiosamente, de todas essas surpresas, só uma a favor do PT: a de Rui em Salvador. A exceção que confirma (mascara) a regra? E se isso ocorreu na majoritária, porque será que temos o congresso eleito mais fisiológico de todos os tempos?

Pra mim, e pra muitos brasileiros, há algo errado com as urnas eletrônicas, não com as pesquisas de boca de urna.

No mínimo, esse erro é o STF bloquear a impressão de voto, usada em todo lugar do mundo onde se usam essas urnas, já aprovada no congresso e sancionada pela presidente. Ou em o TSE se negar a levar as urnas brasileiras, que são as mais inseguras do mundo, duas gerações à frente, como as fantásticas urnas argentinas.

Como negar ao brasileiro o direito de recontar seus votos? Isso é um crime em si mesmo contra qualquer processo democrático, e, sozinho, deveria provocar a indignação de qualquer cidadão. O sistema eleitoral brasileiro é um ultraje, rejeitado o mundo inteiro, até pelo Paraguai.

O estado das coisas se torna mais chocante com a quantidade de denúncias de fraude abafadas pela imprensa e o fato de o TSE ter terceirizado a operação das urnas nesta eleição de 2014 para empresas privadas. No fim de 2012, um hacker, em audiência pública, com a presença de deputados e vereadores, simplesmente confessou, com riqueza de detalhes, como ajudou a fraudar as eleições de 2010 no Rio de Janeiro. Incrivelmente, sua denúncia não foi apurada, a imprensa não publicou nada, a polícia não o prendeu e o TSE não se manifestou.

Ninguém aqui nega a reação conservadora nem o crescimento do sentimento anti-PT na sociedade. Mas para além disso, a maioria dos que acompanham as eleições cuidadosamente, tem algum nível de dúvida sobre seu resultado. Você pode dar de ombros e dizer que essa é uma teoria da conspiração, choro eleitoral, fanatismo, que Aécio subiu em 72 horas 14,5% sem nenhum fato novo, ou 24% em São Paulo em 24 horas (1% por hora!) porque as pessoas acordaram diferente, que Sartori ganhou 14 pontos em 24 horas no RS pelo mesmo motivo e assim por diante.

Eu só advirto que só restam duas possibilidades na mesa: ou o Ibope fraudou as pesquisas de boca de urna sem qualquer objetivo eleitoral e arruinou voluntariamente sua reputação, ou o Brasil viveu sua maior e mais escandalosa fraude até hoje. Escolha que teoria da conspiração lhe parece mais racional, porque, é só o que tem pra hoje. O acaso e o erro, estatisticamente, não são alternativa. Na verdade, não há qualquer terceira alternativa.

Gustavo Castañon é Doutor em Psicologia e Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Leia também:

Bajonas: Subida de 14 pontos de Aécio em 72 horas deve ser investigada

 

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Ela...a Verdadeira Igreja

 

 

Lucas Fernández Peña

·         Lucas Fernández Peña é reconhecido como o fundador oficial de Santa Elena de Uairén, em 1923.

·         Nascido no estado de Cojedes, em 1894, ele era um aventureiro que queria conhecer o mundo. (nasceu 4 anos antes do meu avô Sabino!)

·         Durante seu tempo na área de Uairen ele se levantou em oposição contra as igrejas que queriam assumir e colonizar a região. (a romana grande meretriz e suas filhas)

·         Lucas, contando com uma boa quantidade de índios em seu exército, forçou as igrejas a recuar vários quilômetros fora da terra perto de Uairen, reconquistando para muitos quilômetros Venezuela a dentro, de terrenos que estavam nas mãos das igrejas.

·         Fonte: www.lagransabana.com

A verdadeira igreja é libertadora;

A verdadeira igreja não tem placas;

A verdadeira igreja não disputa direitos;

A verdadeira igreja tem célula em cada indivíduo que a compõem e não em grupos formados em células;

Ela aparece unida em  poucos e diversos momentos na história da humanidade. É semelhante a uma mulher sábia, DISCRETA e EVASIVA;

Ela aparece organizada,e de repente desaparece, deixando sempre um legado de libertação, bondade e misericórdia;

É sempre composta por desgarrados, na verdade libertos; sempre composta por pessoas tais quais o mundo não é digno de conter;

Não se houve louvor e adoração da verdadeira igreja;

Ela adora ao Pai Eterno, em espírito e em verdade;

Não há falsidade nas ações da verdadeira igreja; não se houve blá blá blá dela...igual a uma mulher sábia, é silenciosa, fugaz e sempre deixando marcas fundamentais de inteligência e coragem.

Ela sempre age pelo coletivo dos excluídos;

É a acolhedora mãe dos que não têm lei;

É sempre vista pelos MAUS olhos, pois mostra o decote dos lindos seios...